quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Odilon Redon

Quando estava na infância ainda, morávamos em uma pequena cidade mineira, por conta do trabalho de meu pai. Lá freqüentava assiduamente nossa casa um senhor já ido nos anos, e que todos chamavam de doutor Oráculo. Qualquer coisa que se quisesse saber, ele estava lá o para responder. Era uma simpatia aquele homem! E um sábio também!

Certa vez ele levou-nos um livro grande, cheia de figuras coloridas. Quando folhei algumas páginas, levei um enorme susto! Ele, o Dr. Oráculo, estava esperando por isso e deu uma sonora risada.

“Que foi sua boba?” Perguntou.”

“Este livro está cheio de monstros!”

“Que monstros nada...essas gravuras representam a arte de um grande pintor: Odilon Redon!”

“Mas que arte?...essas figuras...não acredito!”

“Quer que lhe conte sobre Redon?”

Respondi afirmativamente e ele dissertou bastante para uma pequena platéia infantil, sobre a obra desse grande artista...

“Odilon Redon nasceu em 1840, na França. Desde bem moço começou estudando desenho e pintura em Bordéaux, cidade onde nasceu. Foi mais tarde para Paris, chamada “Cidade Luz”. Em Paris todas as artes estavam acontecendo, e as ciências também. Nesta época Redon conheceu os pintores Seurat e Signac, Impressionistas. Ficou tão encantado com essa nova forma de pintar que aderiu ao Impressionismo, de imediato, pintando com cores claras, com muita luz, e em pleno sol. Mas Redon foi pouco a pouco atraído pelo simbolismo, uma nova escola que estava surgindo. A literatura e a música também sofreram influências do Simbolismo. Esta modalidade de pintar maneja o inconsciente, o desconhecido da alma. Às vezes parte para o fantástico e daí vai mais além, para o doentio delirante. São esses os quadros que assustaram vocês...Redon pintou seres saídos de pesadelos, corpos deformados, figuras alucinadas...e dentre estas, apareciam também seres serenos e em paz!”

Redon marcou o simbolismo para sempre!” Era ele possuidor de uma grande técnica e pintava com maestria. Hoje seus quadros valem milhões e quando são expostos, multidões querem vê-los! Seu quadro mais famoso é um imenso painel: “O Dia e a Noite”, Fontiroide - Biblioteca de Abadia, 1819 − 1811.

Odilon morreu de pneumonia aos 76 anos de idade, em 1916, Paris.